quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Walter Benjamin - A modernidade e os modernos


Walter Benjamin - A modernidade e os modernos

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Os Pensadores - Epicuro, Lucrécio, Cícero, Sêneca, Marco Aurélio


      Vamos pessoal, nos deleitarmos com esses filósofos, que são os últimos relacionados com a Filosofia Antiga e que cada um em sua área deixaram ideias que influenciaram pensadores posteriores e que podem nos ajudar a entender esse período bem específico de nossa cultura de alteração de pensamentos, crises e tentativas de chegar num sentido para a vida.

Os Pensadores - Epicuro, Lucrécio, Cícero, Sêneca, Marco Aurélio

Filosofia da Educação - Maria Lúcia de Arruda Aranha

 


       Livro que trata de uma forma bastante rica, o questionamento da Filosofia para a Educação, passando pelas reflexões do conhecimento, política e também ética.

Filosofia da Educação - Maria Lúcia de Arruda Aranha

Dicionário de Filosofia - José Ferrater Mora

 
  Um dicionário conceituado para ajudar nas mais variadas dúvidas à frente de um texto filosófico, o que realmente está sendo descrito naquele palavra, naquele conceito de determinado filósofo, como é impossível entender os vocabulários de todos eles, vale a consulta

Dicionário de Filosofia - José Ferrater Mora

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Antropologia Filosófica - Henrique C. de Lima Vaz


            Outro autor para auxiliar nos estudos de Antropologia Filosófica, aproveitem!

Antropologia Filosófica - Henrique C. de Lima Vaz

O Homem quem é ele? - Battista Mondin




             Para todos que precisam aprofundar alguns estudos sobre Antropologia Filosófica, aqui está um livro que pode lhes ajudar. Abraço para todos

O Homem quem é ele? - Battista Mondin

Os Pensadores - Arístoteles


        O grande consolidador da Filosofia, com a sua obra "enciclopédica", pois de tudo o possível falara, basicamente desde do homem até o próprio universo e assim resumindo de forma bastante simples já que sua obra é bem mais complexa do que isso, se entendermos que até o final da Idade Média fora a razão de várias discussões acerca de seus pensamentos e até hoje pode haver algo que não está desvelado para nós ainda. Então corra e leia os dois volumes que estão disponíveis abaixo:

Os Pensadores - Aristóteles v.1
Os Pensadores - Aristóteles v.2

Os Pensadores - Platão

          Esse Filósofo que tinha o nome de Aristócles, mas era conhecido como Platão por causa de seus ombros, também foi o discípulo responsável por divulgar o nome de Sócrates, assim como ampliar os questionamentos da filosofia sobre a sua própria ótica e nos apresentando o mito da caverna e o mundo das ideias. Neste livro que disponibilizo, tem os seguintes diálogos de Platão: O Banquete, Fédon, Sofista e Político.

Os pensadores - Platão

Os pré-socráticos



   Olá, para quem precisa fazer pesquisa ou entender, risos, esse período da Filosofia conhecido como dos filósofos "Físicos". Entre outras coisas também existe a concepção dos Pitágoricos, onde funda o mundo e o conhecimento pelos números. Nesse livro, há uma abordagem dos autores, como os leram na antiguidade, no medievo e atualmente.




Coleção Os Pensadores - Pré-Socráticos

A Batalha de Salamina



         Olá pessoal, agora gostaria de compartilhar com vocês um vídeo onde há um relato sobre uma das batalhas ocorridas entre Pérsia e Grécia, que ficou conhecida como Guerra do Peloponeso e ocorreu no século V a.c., mas uma das batalhas em especial ficou conhecida como Batalha de Salamina, pois é considerada pelos estudiosos do período como a batalha decisiva para a liberdade grega e esse sentimento reverberara em sua cultura e na filosofia. Fica aí então a dica para que vocês acompanhem um relato muito interessante. Até!

A Batalha de Salamina (AVI)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Livro: 1808 - Laurentino Gomes


          Sinopse - 1808 - "Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil" - Laurentino Gomes
O propósito deste livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar a história da corte lusitana no Brasil e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. '1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil' é o relato sobre um dos principais momentos históricos brasileiros.



1808 - Laurentino Gomes(PDF)

sábado, 17 de agosto de 2013

Coleção Os Pensadores: Ludwig Wittgenstein




    Para todos que iniciam as aventuras da linguagem e seus jogos; Ludwig Wittgenstein para começar é uma boa pedida para entender um dos pensadores da Filosofia da Linguagem e também um grande nome da Filosofia Contemporânea. Está aí disponível para todos o livro que contém algumas de suas obras e também a curiosidade em torno do pensamento desse filósofo é que em alguns pontos de seu pensamento,as suas alterações ao decorrer do tempo foram tão grandes, que ficaram divido em I e II Wittgenstein. Aproveitem a leitura.


Coleção Os Pensadores: Ludwig Wittgenstein

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Coleção: Os pensadores - Sócrates ( 4 ed. 1987)

                  Não. Não é aquele do Corinthians. Não é aquele do "Só sei que nada sei". Este livro te mostrará que o que Sócrates deixou, não escreveu, vai muito mais além do que já te disseram e também que não tudo aquilo. Aqui contém diálogos de Platão tendo como interlocutor Sócrates, a Apologia de Sócrates, os ditos memoráveis por Xenofonte e muitas risadas com a comédia de Aristófanes. As principais fontes para entender o básico sobre Sócrates. Abraço.

Os pensadores - Sócrates

Coleção Primeiros Passos: O que é Arte? - Jorge Coli

              Este livro é indispensável para aqueles que como gostam e apreciam a arte em todas as suas representações e linguagem; Mas nesse momento nos vem a pertinente questão: O que é Arte? Para aqueles que ficam maravilhados e também confusos, pronto esse livro é um guia.

Aproveitem!

O que é Arte? - Jorge Coli

Coleção primeiros passos: O que é Filosofia Medieval? - Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento


            Olá galera, para quem quer iniciar a derrubada dos preconceitos sobre a Filosofia Medieval, aí está o livro que ajudará a compreender parte da mentalidade dos "Filósofos-Teólogos" desse período e também derrubar outro preconceito, o de que a Filosofia não fala sobre quem ou que seria Deus.
Aproveite.

O que é Filosofia Medieval? Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Revista Super Interessante Especial - Os maiores mistérios dos Livros Sagrados




                  Nessa revista, para quem gosta da Ciência das religiões, é trabalhados vários conceitos contidos em inúmeras religiões desde de seu aspecto que intriga a humanidade e também das suas contradições. Entre os pontos abordados, posso destacar os seguintes:
* Mapa dos Livros;
* O significado da Palavra "Deus" em cada religião;
* O Hinduísmo;
* As religiões chinesas;
* Judaísmo;
* Cristianismo;
* Islamismo;
* Religiões africanas;
* Religiões para os "Novos Tempos".
                Então, aproveitem, leiam e divulguem.

Revista Super Interessante- Os maiores mistérios dos Livros Sagrados

Dicionário de Filosofia- Nicola Abbagnano



Sinopse

                 Este dicionário procura apresentar um repertório da linguagem filosófica, acessível a todos e condensado em 2.500 verbetes. Todos os termos filosóficos devem estar registrados, explicados e documentados com citações dos textos fundamentais da tradição filosófica ocidental, dos pré-socráticos à contemporaneidade.
                 Então ajuda para todos que estiverem se aventurando na Filosofia ou até para aqueles que já estão inseridos nela, mas de vez em quando é bom confirmar algum conceito quando existe a dúvida. O link está abaixo:

Dicionário de Filosofia- Nicola Abbagnano

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Livros Giovanni Reale - História da Filosofia



        Bom para começarmos, quem se interessar em conhecer um pouco mais sobre cada período da filosofia agora tenha a possibilidade de obter uns dos comentadores mais utilizados para esse estudo, o italiano Giovanni Reale, sua obra está dividida em 7 volumes que ficará abaixo para vocês aproveitarem.

História da Filosofia - Volume 1 - Filosofia Pagã Antiga - Nesse volume ele comenta sobre as origens da filosofia Grega, seus primeiros filósofos, as escolas e suas concepções, Sócrates, Platão, Aristóteles, até os Neo Platonistas.

História da Filosofia - Volume 2 - Patrística e Escolástica - Nesse volume ele comenta sobre o período onde a religião Cristã se desenvolveu e manteve sua hegemonia no Ocidente e no Oriente; Tendo como dois pontos principais a Patrística, reflexões dos primeiros padres sobre Deus, a Bíblia e afins, e no outro ponto a Escolástica, com institucionalização do pensamento, com a criação das primeiras faculdades, mas mantendo o pensamento teológico.

História da Filosofia - Volume 3 - Do Humanismo à Descartes - Nesse volume ele comenta sobre o período onde se finda a Idade Média, com o movimento do Renascimento que buscava a valorização do homem até a formulação do que ficou conhecido como Racionalismo, através de René Descartes.

História da Filosofia - Volume 4 - De Spinoza à Kant - Nesse volume ele comenta sobre o período das principais ideias que foram criadas entre Spinoza e Kant, quando já próximos do Iluminismo.

História da Filosofia - Volume 5 - Do Romantismo ao Empiriocriticismo - Nesse volume ele comenta do aparecimento do Idealismo, da Estética, e das tentativas de unir as ideias de Kant com a dos Empirista.

História da Filosofia - Volume 6 - De Nietzsche à Escola de Frankfurt - Nesse volume ele comenta sobre os filósofos que deram origem as indagações da filosofia contemporânea como Nietzsche e a Escola de Frankfurt.

História da Filosofia - Volume 7 - De Freud à Atualidade - Nesse volume ele comenta sobre as ideias de Freud sobre a Sexualidade, o desenvolvimento Psíquico, etc. A filosofia da Linguagem, os Pragmáticas, as novas concepções políticas e outros caminhos encarados na filosofia atual.

       Espero que todos aproveitem e não deixem de comentar e de divulgar, abraço.

Mudanças....

   


   Olá para quem possivelmente acompanha esse Blog, a partir de agora, além de postar textos de outros autores que acho interessante para a reflexão e também minhas próprias reflexões, fica confirmado a partir de então uma outra alternativa para que possamos trocar alguns conhecimentos; Livros em PDF poderão ser baixados. Esperem que logo mais estarei disponibilizando. Até Mais

sexta-feira, 15 de março de 2013

Existencialismo em Sartre

 


                                                       O homem se constrói

            No Existencialismo o homem é o que ele se faz, é construtor de si mesmo, ele não nasce pronto, o que acarreta, como implicação ética, a responsabilidade do homem para com a construção do seu ser e o ser dos outros. O sujeito individual, enquanto agente de seu próprio destino, envolve a si e aos outros nas escolhas que efetua. É, portanto, responsável pela sua individualidade e por todos os homens. ao criar-se como quer ser, cria também uma imagem do homem como deveria ser. Há um compromisso do homem diante das escolhas que constroem a sua existência e, nesse sentido ele se torna um legislador para toda a humanidade. Sempre o homem deve se perguntar sobre o seu direito de agir de uma determinada forma, já que toda a humanidade pode observar sua ação e tomá-la como regra. Nesse sentido, perante a humanidade, o indivíduo vê-se coagido a realizar ações exemplares e a reconhecer a liberdade alheia como portadora das mesmas prerrogativas que atribui a si mesmo.
             O que se diria, adotando essa postura, sobre o atual cenário da política brasileira?

Isaias Kniss Sczuk é professor de Filosofia no Colégio Sinodal Doutor Blumenau e na Escola de Educação Básica Estadual José Bonifácio, ambas em Pomerode, Santa Catarina. Possui graduação em Filosofia e especialização em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia.





segunda-feira, 11 de março de 2013

Criaturas como nós? ( Portal Ciência e Vida)







      Não é a primeira vez que abordo, nesta coluna, o problema da consciência animal. Provavelmente não será, tampouco, a última.
      O que me motiva, desta vez, é uma matéria publicada há alguns meses em uma revista nacional de grande circulação. Nela, o neurocientista Philip Low anuncia ter feito uma descoberta estrondosa: a de que os animais, especialmente os mamíferos, têm consciência, e que, por isso, nossa atitude em relação a eles precisa mudar. Phillip Low, neurocientista da Universidade de Stanford e do MIT, assina um manifesto, juntamente com o físico Stephen Hawking, no qual exorta a comunidade científica a assumir suas responsabilidades bioéticas em relação aos animais.
      Afirmar que alguns mamíferos têm consciência não é novidade. Estudos sobre cognição animal, realizados por grandes especialistas nessa área, como os de Donald Griffin, na década de 1970, e os de Stephen Walker, na de 1980, já concluíam que a diferença entre as habilidades cognitivas conscientes humanas e as de alguns animais é apenas de grau. Não existe uma diferença qualitativa que nos torne radicalmente diferentes deles, sobretudo no caso dos mamíferos. A descoberta de Low, de que a consciência não depende inteiramente do córtex, e que se inicia em partes mais profundas e primitivas do cérebro, como, no tronco cerebral, também não é novidade em Neurociência.
      Muitas de nossas concepções e atitudes preconcebidas em relação aos animais se originaram de nossas tradições religiosas e filosóficas. Descartes é, frequentemente, apontado como o filósofo que negou que os animais tivessem consciência. Sem consciência, não há dor nem sofrimento e, por isso, não precisamos nos sentir moralmente culpados se nos alimentamos deles ou se os submetemos a experiências de laboratório. Mas não foi só o pensamento cartesiano que influenciou esse tipo de preconceito.
Rousseau é, também, um grande vilão nessa história. O homem do qual ele nos fala não é uma criatura inserida na natureza, mas, ao contrário, totalmente diversa da ordem natural. Ele é o homem da Declaração Universal dos Direitos Humanos, um ser humano que, por ser livre, se define como essencialmente social e político. Ou seja, a civilização e a Cultura são fatores decisivos para nos definir como seres humanos. Uma prova disso é que, de acordo com Rousseau, todos nascemos bons, e se não continuamos na trilha do bem é porque a sociedade nos corrompe e nos leva para o mau caminho. A metáfora do bom selvagem acaba nos excluindo radicalmente da natureza. A ascendência animal do ser humano pouco importa. Por não serem livres, os animais são criaturas sem história, e o fato de não serem sujeitos morais nem políticos faz com que, muito provavelmente, eles não tenham nada que se assemelhe à consciência humana. Animais não merecem nenhuma preocupação em especial, e, assim, podemos criá-los para depois utilizá-los como quisermos, sobretudo como alimento.
João de Fernandes Teixeira é PH.D. Pela University of Essex (Inglaterra) e se Pós Doutorou com Daniel Dennett nos Estados Unidos. É professor titular na Universidade Federal de São Carlos.www.filosofiadamente.org
     Darwin está na contramão de Descartes e de Rousseau. De acordo com o darwinismo, há uma continuidade entre as espécies. Estamos próximos dos animais porque somos um prolongamento da árvore da vida. Se os animais se entredevoram, isso se deve a um princípio fundamental da teoria da seleção natural: a luta pela vida. Não há animais intrinsecamente bons nem maus e isso se aplica também ao ser humano. No entanto, por nos reintegrar parcialmente à natureza, é mais razoável para os darwinistas conceber a existência de uma consciência nos mamíferos e, em nome dela, reivindicar para essas criaturas alguns direitos. Isso pode soar paradoxal, mas explica por que movimentos em favor dos direitos animais predominam, atualmente, em países de língua inglesa, nos quais há uma presença marcante do darwinismo, nem que seja para combatê-lo, como ocorre, aliás, em alguns lugares dos Estados Unidos.
      As antropologias filosóficas francesa e darwinista são conflitantes. Mas, certamente, reconhecemos algo mais do que esse conflito ao lermos as declarações de Low. O problema está nos dilemas bioéticos que esse debate suscita. O uso de animais em experimentos científicos é uma questão que desafia a Bioética tradicional, baseada no informe consentido.
Até que ponto criaturas conscientes ou semiconscientes podem ser usadas nesses experimentos?
      As universidades se transformaram em verdadeiras linhas de montagem de novos artigos científicos. Muitas vezes um mesmo artigo precisa ser publicado várias vezes para engrossar as estatísticas anuais. Para que isso ocorra é preciso duplicar experimentos, na maioria das vezes, mudando apenas alguma de suas variáveis. Com isso, se garante uma originalidade, pelo menos técnica, à enxurrada de publicações, sem a qual a investigação científica sucumbiria por falta de verbas. Infelizmente, essa triste ciranda é feita à custa do sacrifício inútil da vida de muitos animais. Ora, estará a prática da Ciência em contradição com o que o próprio conhecimento científico sobre cognição animal revela?
      Não somos intrinsecamente bons, como supôs Rousseau. Temos de lutar pela vida como, aliás, todos os animais, o que justifica, em alguns casos, o sacrifício de vidas animais na realização de experimentos cruciais. São casos de legítima defesa da espécie humana; algo bem diferente do que ocorre nos biotérios, nos quais, infelizmente, ainda há um desperdício fútil de vidas animais.

sexta-feira, 8 de março de 2013


FELIZ DIA DA MULHER!!



Leitura
As Mulheres na Filosofia
O presente livro resulta de um trabalho de investigação que se desenvolve há alguns anos no Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa. Com ele se pretende tornar visível a presença das mulheres, afastando definitivamente como capciosa a pergunta muitas vezes repetida: "Por que não há mulheres filósofas?".

A entrada das mulheres na filosofia do séc. XX
Momentos antes de morrer, Sócrates despede-se dos amigos, dos filhos e da família. O relato tocante que Platão nos deixa no Fédon é por demais conhecido. No entanto, há nele uma breve referência que passa despercebida à maior parte dos leitores: a ordem dada pelo filósofo para que as mulheres se retirem. Ausentes em todo o diálogo preparatório da morte, são mandadas sair quando esta vai concretamente ocorrer, como se apenas os discípulos, homens todos eles, pudessem assistir ao suicídio forçado do filósofo, do mesmo modo que só eles acompanharam as suas diatribes oratórias na cidade.
Este abandono (imposto) das mulheres no que respeita à filosofia, retrata bem o estatuto que as mesmas ocuparam no pensamento ocidental - a ausência. Uma ausência não deliberada mas compulsiva, não expressa mas sub-repticiamente justificada por razões outras que não as filosóficas.
A saída das mulheres, ordenada por Sócrates, é aceite pelos discípulos deste como algo de natural. Há um silêncio conivente dos filósofos, para os quais a condição feminina se circunscreve ao espaço privado, enquanto a filosofia é um acontecimento público, mesmo quando se desenrola num quarto e diz respeito ao ato íntimo de morrer. Um silêncio que se mantém ao longo de séculos. Intercalada por algumas intervenções femininas, a voz dominante da filosofia é masculina. O que é problemático para as suas atuais cultoras. De facto, como dizer às mulheres que hoje se interessam por filosofia - estudiosas, professoras, investigadoras, estudantes - que não existem, enquanto mulheres, na mente dos filósofos? Como fazê-las aceitar a universalidade do conceito do homem, pelo qual são designadas? Como convencê-las de que tudo o que as identifica enquanto diferentes, é desinteressante para a filosofia? E que reação esperar por parte de quem permanentemente se defronta com o silenciamento, a anulação ou a secundarização de temáticas que considera relevantes?
Com algumas excepções, os filósofos têm olhado as mulheres de um modo negativo, ou, quanto muito, condescendente. A tese platônica difundida no Timeu, segundo a qual a mulher representa uma forma inferior de humanidade (Timeu, 41 d - 42 d.), perdura até Freud, que, retomando Aristóteles, entende a mulher como um homem castrado.
Com o século XX esta situação altera-se, e podemos dizer que a partir dos anos sessenta ocorre uma mutação nas relações entre a filosofia e as mulheres. Os movimentos feministas que então ganham força, sobretudo nos EUA e países de língua inglesa, levam ao incremento dos Womens Studies ou Gender Studies, incluindo-os de pleno direito nos currículos universitários e nos projetos de investigação. A filosofia, essa "disciplina recalcitrante" que dificilmente se abre à inovação, sofre no nosso século o impacto deste "boom". Uma das mudanças manifesta-se em novas maneiras de apreciar o pensamento dos filósofos, mediante chaves de leitura que permitem uma visão diferente das suas teses, nomeadamente no que respeita à consistência interna das mesmas. Como diz Nancy Tuana, não basta interpretar certos sistemas procurando neles a parte (geralmente mínima) que consagram às mulheres. É preciso articular o que é dito sobre esta temática com a totalidade de um pensamento, de modo a que o resultado global do mesmo seja congruente. O que nem sempre acontece.
Uma outra linha de investigação, ainda ligada à história da filosofia, pretende restituir a voz a filósofas do passado, dando-lhes visibilidade e mostrando o impacto que tiveram. Habitualmente catalogadas como discípulas deste ou daquele nome sonante, começa-se a reconhecer nelas um pensamento autónomo, expresso através dos meios em que lhes era possível divulgá-lo, quer se trate de ensaios, de tratados, ou simplesmente de cartas.
Um outro campo que tem dado frutos releva temáticas tipicamente femininas, habitualmente não trabalhadas pelos pensadores tradicionais e agora redescobertas nas potencialidades filosóficas que encerram. Nele se inclui uma abundante literatura consagrada a questões como o nascimento, a relação maternal, o cuidado com os outros, o modo feminino de fazer ética, epistemologia, ontologia, lógica.

Haverá uma filosofia feminina?
É possível apontar no século XX alguns núcleos de filosofemas sobre os quais as mulheres se têm particularmente debruçado. É o caso da ontologia na qual a temática do feminismo radica, pelo relevo dado ao conceito de natureza humana. Quer consideremos a homogeneidade desta, quer a entendamos de um modo bipolar em função do sexo ou do gênero, quer a neguemos ou a fragmentemos, a natureza humana é sempre um marco incontornável, a partir do qual se levantam outras questões. E é na abordagem da natureza feminina que surgem dois problemas clássicos que nenhuma das orientações feministas ignora: o da igualdade e da diferença e o da relação sexo/gênero.
Também no domínio da lógica verificamos como são importantes para o pensamento feminista os temas da razão e da racionalidade bem como o da argumentação. No que respeita à ética, há toda uma controvérsia relativa à universalidade dos valores morais e à possível existência de uma moral feminina com os seus parâmetros próprios, colocando a tônica na contextualização e no envolvimento e desprezando a abstração e a generalização. No que concerne à antropologia temos questões relativas à identidade individual, ao sujeito humano e a uma possível diferenciação do pensamento feminino. Também a epistemologia tem sido um terreno profícuo nos debates feministas, nomeadamente no que concerne ao papel do gênero na captação do real, à legitimidade de um método científico universal e ao peso da masculinidade na construção científica. Por fim, relativamente à ecologia e à filosofia da natureza há correntes feministas com visões muito próprias, nomeadamente na aproximação feita entre as mulheres e a natureza, englobando-as numa mesma opressão que sobre elas tem pesado ao longo dos tempos.

O século das Mulheres?
Este é o título dado por Victoria Camps a um dos seus últimos livros. Nele constata que para a mulher de hoje, emancipada e detentora de direitos, já não se põe o problema da igualdade pois esta é-lhe atribuída como natural. Mas é grande a distância que vai da aceitação teórica e formal à concretização no quotidiano. É um caminho que exige uma mutação nas regras de convivência e na política, postulando uma outra gramática do poder.
É para a "feminização da sociedade" que a obra de V. C. nos alerta, numa proposta inegavelmente filosófica. Subscrevemo-la, lembrando que a filosofia teve, tem e terá um papel determinante em todas as mutações culturais pois o carácter teórico e especulativo que lhe pertence não a isenta de uma dimensão prática que a leva a enraizar-se na ação.
Muitos temas novos surgiram no panorama filosófico do séc. XX, desmentindo os defensores de uma filosofia perene, para os quais tudo de importante já foi pensado e dito. Alguns dos novos filosofemas inscrevem-se num paradigma que muito deve a contributos femininos - o cuidado. Circunscritas durante séculos à privacidade de um espaço doméstico, as mulheres nele aprenderam determinados valores que hoje pretendem transpor para o domínio público, reivindicando para si, e para todos, uma maneira diferente de estar no mundo.
A transformação das virtudes privadas em valores públicos é uma tarefa que se iniciou no nosso século, pela mão das mulheres. E se der os frutos que promete, será então lícito afirmar que o séc. XX é, verdadeiramente, o século das mulheres.

Maria Luísa RIbeiro Ferreira
In As Mulheres na Filosofia, ed. Colibri
22.02.10 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Antonio Gramsci, preconceito e filosofia do bom senso






Migalhas do pensamento


Entenda como tem início o preconceito para com a atitude filosófica nos dias de hoje 


por Marcus Rafael Rodrigues*




    Uma das apostilas do Ensino Médio da rede pública do Estado de São Paulo, os chamados "cadernos do aluno", traz um texto cuja maior referência é o filósofo italiano Antonio Gramsci. O texto dá apontamentos que visam conduzir, em linhas gerais, o estudante à compreensão de como se origina o preconceito, mas também mostra como a filosofia pode nascer daquilo que chamamos de bom senso.
    Por bom senso não entendemos aquilo que René Descartes expressou no início do Discurso do Método: "A faculdade de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso, propriamente chamado de bom senso ou razão, é, por natureza, igual em todos os homens". Bem, na verdade, a perspectiva cartesiana sobre o bom senso parte de uma compreensão positiva do mesmo, como se este fizesse parte da condição humana e, por isso, irrevogavelmente o ser humano sempre agisse com base no bom senso quando quisesse estabelecer um juízo de valor sobre alguma coisa.
     Com o conceito de atitude filosófica deparamos, senão com a maior, certamente com uma das maiores e mais genuínas ideias sobre a filosofia, uma vez que é quase consensual a interpretação da mesma sob a ótica humana. O que lhe confere, em última instância, um caráter de universalidade, e ao mesmo tempo, de compreensibilidade para a mesma, assim como sugere A. Gramsci ao mencionar que "todos os homens são filósofos", pois são capazes de filosofar através do seu dia a dia, das diversas situações em que se encontram frente ao inusitado, ao inesperado e ao complexo. A atitude filosófica é, sem dúvida, atitude humana e profundamente humana, da interrogação e da falta de compreensão ante à natureza, que corrobora nossa fragilidade e, porque não dizer, nossa falência, sobretudo no âmbito relacional e produtivo. Em suma, filosofar é deixar-se conduzir pela arguição, pelo assombro e, muitas das vezes, tornar-se um com o novo saber, do qual se está enamorado, aceitando assim não somente a diferença que vicia e ilude, mas que amadurece o pensamento.

A ALMA INTELIGENTE
          O grande problema da Filosofia nos dias de hoje, em que o militarismo instituído não mais determina os comportamentos e a erudição, é enfrentar com aquilo que Sócrates chama de alma inteligente, ou intelectiva, os desafios propostos ou os empecilhos postos pela ditadura velada, e ao mesmo tempo eficaz, do dinheiro, do capital, do consumismo, do mercado de trabalho, do neoliberalismo, da globalização e, principalmente, da desvalorização das questões referentes a humanidades. Essas, por sua vez, tornam-se cada vez mais relativizadas em prol de conquistas financeiras cada vez maiores, como impõe o sistema monetário do capitalismo "democrático" deste século.

       Nos relatos dos estudantes do Ensino Médio da rede pública, nas cidades do interior, onde se pode observar uma realidade muitas vezes mais carente e desprovida de recursos quando comparada com a realidade do ensino particular e dos grandes centros, é possível perceber parte desta realidade em que as questões de humanidades não carregam consigo o efeito de impacto que trazem as disciplinas de exatas. Isso ocorre, em justa medida, pela própria pressão sofrida pelos jovens quando de sua decisão quanto à profissão que desejam desempenhar; são os próprios pais que sob o pretexto de felicidade (financeira), implementam a ideia de valorização de profissões financeiramente rentáveis. Se assim pode-se chamar, com o capitalismo desenfreado há um "inconsciente coletivo" que caminha na direção de um verdadeiro colapso monetário, pois o que não se percebe é que as próprias relações (humanas), essenciais para a sobrevivência, tornam-se ameaçadas. E isso desde os relacionamentos macro das nações europeias, asiáticas, latino americanas e africanas, até os pequenos relacionamentos profissionais internos das micro e médias empresas, do setor público e, especificamente, a menor das células sociais, a própria família.
           Hoje, mais do que nunca, o preconceito para com a Filosofia passa por uma ditadura do útil, do rentável e do menor esforço, e assim as consequências da ausência de atitude filosófica são falta de voz, de comunicação, excessos que lembram prepotência e uma conduta massificada que visa tão somente o bem-estar sob o espectro do desenvolvimento do capital a todo custo. O que se deseja realmente de uma sociedade senão o equilíbrio de suas capacidades? Quando Gramsci sugere que é preciso destruir o preconceito para com a                 Filosofia é porque já havia constatado aquilo que Nicolla Abbagnano sugere em seu dicionário de         Filosofia, ou seja, que a noção de bom senso "tem como referência apenas o sistema estabelecido de crenças e de opiniões, só podendo julgar a partir dos valores que esse sistema inclui".
          Assim, em uma sociedade em que as profissões de caráter humano são desvalorizadas, necessariamente não se pode esperar que o bom senso tenha como pauta a atitude filosófica, pois o que está em evidência é a manutenção da mentalidade massificada pela exatidão dos dividendos do capitalismo.
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, Nicolla. Dicionário de Filosofia. 5ª Ed. São Paulo, 2007 http://www.antoniogramsci.com
Marcus Rafael Rodrigues é bacharel em Filosofia pela Universidade de Sorocaba (2003), bacharel em Teologia pelo Instituto João Paulo II - Sorocaba (2007), licenciado em filosofia pela Universidade Metropolitana de Santos (2010); Especializado em História, cultura e teologia judaicocristã pelo Instituto Sionita (UNIFAI-2010), é professor de Filosofia na Rede Pública do Estado de São Paulo

René Descartes ( 2 E.M. e E.J.A.)








     René Descartes, nascido em 1596 em La Haye - não a cidade dos Países-Baixos, mas um povoado da Touraine, numa família nobre - terá o título de senhor de Perron, pequeno domínio do Poitou, daí o aposto "fidalgo poitevino".

O Método

       Descartes quer estabelecer um método universal, inspirado no rigor matemático e em suas "longas cadeias de razão".
1. - A primeira regra é a evidência : não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal". Em outras palavras, evitar toda "precipitação" e toda "prevenção" (preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidência é o que salta aos olhos, é aquilo de que não posso duvidar, apesar de todos os meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da dúvida, apesar de todos os resíduos, o produto do espírito crítico. Não, como diz bem Jankélévitch, "uma evidência juvenil, mas quadragenária".
2. - A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis".
3. - A terceira, é a regra da síntese : "concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos mais complexos".
4. - A última á a dos "desmembramentos tão complexos... a ponto de estar certo de nada ter omitido".
Se esse método tornou-se muito célebre, foi porque os séculos posteriores viram nele uma manifestação do livre exame e do racionalismo.
a) Ele não afirma a independência da razão e a rejeição de qualquer autoridade? "Aristóteles disse" não é mais um argumento sem réplica! Só contam a clareza e a distinção das idéias. Os filósofos do século XVIII estenderão esse método a dois domínios de que Descartes, é importante ressaltar, o excluiu expressamente: o político e o religioso (Descartes é conservador em política e coloca as "verdades da fé" ao abrigo de seu método).
b) O método é racionalista porque a evidência de que Descartes parte não é, de modo algum, a evidência sensível e empírica. Os sentidos nos enganam, suas indicações são confusas e obscuras, só as idéias da razão são claras e distintas. O ato da razão que percebe diretamente os primeiros princípios é a intuição. A dedução limita-se a veicular, ao longo das belas cadeias da razão, a evidência intuitiva das "naturezas simples". A dedução nada mais é do que uma intuição continuada.

A Metafísica

No Discurso sobre o Método, Descartes pensa sobretudo na ciência. Para bem compreender sua metafísica, é necessário ler as Meditações.
1. - Todos sabem que Descartes inicia seu itinerário espiritual com a dúvida. Mas é necessário compreender que essa dúvida tem um outro alcance que a dúvida metódica do cientista. Descartes duvida voluntária e sistematicamente de tudo, desde que possa encontrar um argumento, por mais frágil que seja. Por conseguinte, os instrumentos da dúvida nada mais são do que os auxiliares psicológicos, de uma ascese, os instrumentos de um verdadeiro "exército espiritual". Duvidemos dos sentidos, uma vez que eles freqüentemente nos enganam, pois, diz Descartes, nunca tenho certeza de estar sonhando ou de estar desperto! (Quantas vezes acreditei-me vestido com o "robe de chambre", ocupado em escrever algo junto à lareira; na verdade, "estava despido em meu leito").
Duvidemos também das próprias evidências científicas e das verdades matemáticas! Mas quê? Não é verdade - quer eu sonhe ou esteja desperto - que 2 + 2 = 4? Mas se um gênio maligno me enganasse, se Deus fosse mau e me iludisse quanto às minhas evidências matemáticas e físicas? Tanto quanto duvido do Ser, sempre posso duvidar do objeto (permitam-me retomar os termos do mais lúcido intérprete de Descartes, Ferdinand Alquié).
2. - Existe, porém, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o demônio queira sempre me enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso, resta a certeza de que eu penso. Nenhum objeto de pensamento resiste à dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável"Penso, cogito, logo existo, ergo sum" . Não é um raciocínio (apesar do logo, do ergo), mas uma intuição, e mais sólida que a do matemático, pois é uma intuição metafísica, metamatemática. Ela trata não de um objeto, mas de um ser. Eu penso, Ego cogito (e o ego, sem aborrecer Brunschvicg, é muito mais que um simples acidente gramatical do verbo cogitare). O cogito de Descartes, portanto, não é, como já se disse, o ato de nascimento do que, em filosofia, chamamos de idealismo (o sujeito pensante e suas idéias como o fundamento de todo conhecimento), mas a descoberta do domínio ontológico (estes objetos que são as evidências matemáticas remetem a este ser que é meu pensamento).
3. - Nesse nível, entretanto, nesse momento de seu itinerário espiritual, Descartes é solipsista. Ele só tem certeza de seu ser, isto é, de seu ser pensante (pois, sempre duvido desse objeto que é meu corpo; a alma, diz Descartes nesse sentido, "é mais fácil de ser conhecida que o corpo").
É pelo aprofundamento de sua solidão que Descartes escapará dessa solidão. Dentre as idéias do meu cogito existe uma inteiramente extraordinária. É a ideia de perfeição, de infinito. Não posso tê-la tirado de mim mesmo, visto que sou finito e imperfeito. Eu, tão imperfeito, que tenho a ideia de Perfeição, só posso tê-la recebido de um Ser perfeito que me ultrapassa e que é o autor do meu ser. Por conseguinte, eis demonstrada a existência de Deus. E nota-se que se trata de um Deus perfeito, que, por conseguinte, é todo bondade. Eis o fantasma do gênio maligno exorcizado. Se Deus é perfeito, ele não pode ter querido enganar-me e todas as minhas idéias claras e distintas são garantidas pela veracidade divina. Uma vez que Deus existe, eu então posso crer na existência do mundo. O caminho é exatamente o inverso do seguido por São Tomás. Compreenda-se que, para tanto, não tenho o direito de guiar-me pelos sentidos (cujas mensagens permanecem confusas e que só têm um valor de sinal para os instintos do ser vivo). Só posso crer no que me é claro e distinto (por exemplo: na matéria, o que existe verdadeiramente é o que é claramente pensável, isto é, a extensão e o movimento). Alguns acham que Descartes fazia um circulo vicioso: a evidência me conduz a Deus e Deus me garante a evidência! Mas não se trata da mesma evidência. A evidência ontológica que, pelo cogito, me conduz a Deus fundamenta a evidência dos objetos matemáticos. Por conseguinte, a metafísica tem, para Descartes, uma evidência mais profunda que a ciência. É ela que fundamenta a ciência (um ateu, dirá Descartes, não pode ser geômetra!).
4. - A Quinta meditação apresenta uma outra maneira de provar a existência de Deus. Não mais se trata de partir de mim, que tenho a ideia de Deus, mas antes da ideia de Deus que há em mim. Apreender a ideia de perfeição e afirmar a existência do ser perfeito é a mesma coisa. Pois uma perfeição não-existente não seria uma perfeição. É o argumento ontológico, o argumento de Santo Anselmo que Descartes (que não leu Santo Anselmo) reencontra: trata-se, ainda aqui, mais de uma intuição, de uma experiência espiritual (a de um infinito que me ultrapassa) do que de um raciocínio.

Outros pontos


          Descartes cria um método para bem conduzir nossos pensamentos. Para alcançar a verdade devemos seguir os seguintes princípios: Princípio da evidência, não admitir algo como verdadeiro se não tivermos evidências suficientes para considerar como tal. Princípio da análise, dividir os problemas em tantas partes quanto forem possíveis para que melhor possam ser resolvidos. Princípio da síntese, estabelecer uma ordem de relação entre nossos pensamentos, solucionando primeiro as questões mais simples e depois as mais complexas. E o princípio de controle, fazer constantes revisões de todo processo para ter certeza de que nada foi omitido.
            São também verdades nossas ideias inatas, como as matemáticas, pois nos foram dadas por Deus. E é no método matemático que ele vai fundamentar a ciência para conhecer e modificar o mundo. O mundo é uma variação de formas, tamanhos e movimentos da matéria e essas variações podem ser quantificadas e entendidas pela matemática através também da geometria.
            Descartes divide matéria de pensamento, para ele o pensamento, ou a substância pensante independe e é separada da matéria. A nossa consciência individual é separada do corpo e continua a existir mesmo sem o corpo. Nós somos um marinheiro navegando no mundo através do nosso corpo que é o navio, mas estamos ligados ao corpo de uma forma estreita, formando um todo com ele. A relação entre nossa consciência e nosso corpo se dá através da glândula pineal, que é a sede da nossa alma. Corpo a alma assim se misturam, mas não ao ponto que não seja possível distinguir uma da outra. Nesta relação podemos diferenciar algumas operações que pertencem somente ao corpo e outras que são específicas da alma. A alma busca o conhecimento da verdade, o corpo é responsável pelas sensações.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

As origens da filosofia e a preocupação desses pensadores (Para 1º E.M. e E.J.A.)





I. Período pré-socrático (séc. VII-V a.C.) - Problemas cosmológicos. Período Naturalista: pré-socrático, em que o interesse filosófico é voltado para o mundo da natureza;

Primeiro Período

O primeiro período do pensamento grego toma a denominação substancial de período naturalista, porque a nascente especulação dos filósofos é instintivamente voltada para o mundo exterior, julgando-se encontrar aí também o princípio unitário de todas as coisas; e toma, outrossim, a denominação cronológica de período pré-socrático, porque precede Sócrates e os sofistas, que marcam uma mudança e um desenvolvimento e, por conseguinte, o começo de um novo período na história do pensamento grego. Esse primeiro período tem início no alvor do VI século a.C., e termina dois séculos depois, mais ou menos, nos fins do século V. Surge e floresce fora da Grécia propriamente dita, nas prósperas colônias gregas da Ásia Menor, do Egeu (Jônia) e da Itália meridional, da Sicília, favorecido sem dúvida na sua obra crítica e especulativa pelas liberdades democráticas e pelo bem-estar econômico. Os filósofos deste período preocuparam-se quase exclusivamente com os problemas cosmológicos. Estudar o mundo exterior nos elementos que o constituem, na sua origem e nas contínuas mudanças a que está sujeito, é a grande questão que dá a este período seu caráter de unidade. Pelo modo de a encarar e resolver, classificam-se os filósofos que nele floresceram em quatro escolas: Escola JônicaEscola ItálicaEscola EleáticaEscola Atomística.

Escola Jônica

A Escola Jônica, assim chamada por ter florescido nas colônias jônicas da Ásia Menor, compreende os jônios antigos e os jônios posteriores ou juniores. A escola jônica, é também a primeira do período naturalista, preocupando-se os seus expoentes com achar a substância única, a causa, o princípio do mundo natural vário, múltiplo e mutável. Essa escola floresceu precisamente em Mileto, colônia grega do litoral da Ásia Menor, durante todo o VI século, até a destruição da cidade pelos persas no ano de 494 a.C., prolongando-se porém ainda pelo V século. Os jônicos julgaram encontrar a substância última das coisas em uma matéria única; e pensaram que nessa matéria fosse imanente uma força ativa, de cuja ação derivariam precisamente a variedade, a multiplicidade, a sucessão dos fenômenos na matéria una. Daí ser chamada esta doutrina hilozoísmo (matéria animada). Os jônios antigos consideram o Universo do ponto de vista estático, procurando determinar o elemento primordial, a matéria primitiva de que são compostos todos os seres. Os mais conhecidos são: Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto. Os jônios posteriores distinguem-se dos antigos não só por virem cronologicamente depois, senão principalmente por imprimirem outra orientação aos estudos cosmológicos, encarando o Universo no seu aspecto dinâmico, e procurando resolver o problema do movimento e da transformação dos corpos. Os mais conhecidos são: Heráclito de Éfeso, Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômenas.

Tales de Mileto

(624-548 A.C.) "Água"
Tales de Mileto, fenício de origem, é considerado o fundador da escola jônica. É o mais antigo filósofo grego. Tales não deixou nada escrito mas sabemos que ele ensinava ser a água a substância única de todas as coisas. A terra era concebida como um disco boiando sobre a água, no oceano. Cultivou também as matemáticas e a astronomia, predizendo, pela primeira vez, entre os gregos, os eclipses do sol e da lua. No plano da astronomia, fez estudos sobre solstícios a fim de elaborar um calendário, e examinou o movimento dos astros para orientar a navegação. Provavelmente nada escreveu. Por isso, do seu pensamento só restam interpretações formuladas por outros filósofos que lhe atribuíram uma idéia básica: a de que tudo se origina da água. Segundo Tales, a água, ao se resfriar, torna-se densa e dá origem à terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo de seu movimento (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal. A cosmologia de Tales pode ser resumida nas seguintes proposições: A terra flutua sobre a água; A água é a causa material de todas as coisas. Todas as coisas estão cheias de deuses. O imã possui vida, pois atrai o ferro.
Segundo Aristóteles sobre a teoria de Tales: elemento estático e elemento dinâmico. Elemento Estático - a flutuação sobre a água. Elemento Dinâmico - a geração e nutrição de todas as coisas pela água. Tales acreditava em uma "alma do mundo", havia um espírito divino que formava todas as coisas da água. Tales sustentava ser a água a substância de todas as coisas.

Anaximandro de Mileto (611-547 A.C.) "Ápeiron"

Anaximandro de Mileto, geógrafo, matemático, astrônomo e político, discípulo e sucessor de Tales e autor de um tratado Da Natureza, põe como princípio universal uma substância indefinida, o ápeiron (ilimitado), isto é, quantitativamente infinita e qualitativamente indeterminada. Deste ápeiron (ilimitado) primitivo, dotado de vida e imortalidade, por um processo de separação ou "segregação" derivam os diferentes corpos. Supõe também a geração espontânea dos seres vivos e a transformação dos peixes em homens. Anaximandro imagina a terra como um disco suspenso no ar. Eterno, o ápeiron está em constante movimento, e disto resulta uma série de pares opostos - água e fogo, frio e calor, etc. - que constituem o mundo. O ápeiron é assim algo abstrato, que não se fixa diretamente em nenhum elemento palpável da natureza. Com essa concepção, Anaximandro prossegue na mesma via de Tales, porém dando um passo a mais na direção da independência do "princípio" em relação às coisas particulares. Para ele, o princípio da "physis" (natureza) é o ápeiron (ilimitado). Atribui-se a Anaximandro a confecção de um mapa do mundo habitado, a introdução na Grécia do uso do gnômon (relógio de sol) e a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o iniciador da astronomia grega). Ampliando a visão de Tales, foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico total. Diz-se também, que preveniu o povo de Esparta de um terremoto. Anaximandro julga que o elemento primordial seria o indeterminado (ápeiron), infinito e em movimento perpétuo.

Fragmentos

"Imortal...e imperecível (o ilimitado enquanto o divino) - Aristóteles, Física". Esta (a natureza do ilimitado, ele diz que) é sem idade e sem velhice. Hipólito, Refutação.

Anaxímenes de Mileto (588-524 A.C.) "Ar"

Segundo Anaxímenes, a arkhé (comando) que comanda o mundo é o ar, um elemento não tão abstrato como o ápeiron, nem palpável demais como a água. Tudo provém do ar, através de seus movimentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais condensadas do ar. As diversas coisas que existem, mesmo apresentando qualidades diferentes entre si, reduzem-se a variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse único elemento. Atribuindo vida à matéria e identificando a divindade com o elemento primitivo gerador dos seres, os antigos jônios professavam o hilozoísmo e o panteísmo naturalista. Dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a Lua recebe sua luz do Sol. Anaxímenes julga que o elemento primordial das coisas é o ar.

Fragmentos

"O contraído e condensado da matéria ele diz que é frio, e o ralo e o frouxo (é assim que ele expressa) é quente". (Plutarco). "Com nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém". (Aécio).
© Texto elaborado por Rosana Madjarof


Leia mais: http://mundodosfilosofos.com.br/presocratico.htm#ixzz2LHDaThdR


E é uma parte da Filosofia Antiga, referente aos pré-socráticos

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O que é Filosofia?

                                           http://ultralafa.wordpress.com/2008/11/24/filosofia/


        Quando pensamos, opa quer dizer, quando tentamos entender o que é a Filosofia. Pode existir qualquer muitas definições, mas quem nunca usou aquelas que dizem que é coisa de louco, bêbado e qualquer outra coisa menos nobre. Agora paremos pra pensar, quantas coisas não aproveitamos bem por não termos pensado direito para fazer e também ao contrário, quantas merdas já fizemos por pensar de mais e quantas oportunidades perdemos.
            Só que de todos os males, ainda temos o pensamento que leva a Filosofia, pois filosofar não é somente pensar ou falar, dar uma opinião sobre algo, começa por aí e temos nos nossos dias a "leve" mania de não passarmos da primeira etapa, nessa hora tomamos a postura de que é daquele jeito. Quantos não se reviram no túmulo por ouvir isso, mas apenas para deixar como reflexão, a filosofia sempre vai ser alterada o sentido devido a necessidade de cada época, então não temos uma resposta definitiva, temos o ser humano para uma pequena dimensão, a única coisa que posso dizer que realmente existe é a relação de quem pensa através da filosofia em ter uma intimidade com a sabedoria, seja como amigo, irmão, amante, seja o que quiser da sabedoria, menos inimigo.